Entendendo a Páscoa em detalhes

A Páscoa é, de acordo com o Dicionário Onomástico-Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, a «Grande festa judaica e cristã, esta a comemorar a Ressurreição de Jesus Cristo. Do latim vulgar pascua, atestado nas glosas, alteração do latim eclesiástico Pascha, por cruzamento com pascua, «alimento (propriamente "pasto")», pois a Páscoa põe fim ao jejum da Quaresma; aquele termo do latim Pascha provém do grego páscha, forma documental na versão dos Setenta (que significa: «a Páscoa, festa judaica e cristã; "em particular", a refeição da Páscoa; o anho pascal»), com origem no hebreu "pasach", que propriamente significa "passagem" e designa a festa celebrada em recordação da saída do Egipto (...); serviu depois para designar a festa cristã celebrada em honra da Ressurreição de Jesus Cristo, por motivo da coincidência das datas.» A Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura (Editorial Verbo, Lisboa) diz, ainda, o seguinte sobre Páscoa: 

«O seu significado etimológico é incerto. Alguns procuram-no em raiz egípcia e, nesse caso, significaria “golpe”, “ferida”. Há quem prefira ligar a palavra ao siríaco e então significaria “ser feliz”, “estar alegre”. Designaria, portanto, a festa de júbilo por excelência. Entretanto o significado geralmente aceite é o que adquiriu no hebraico bíblico: “saltar”, “passar adiante”. Primariamente, Páscoa designaria uma dança ritual (‘I Re.’, 18,21); aplicar-se-ia também o termo à passagem do Sol pela constelação do Carneiro ou da Lua para o seu zénite. Por fim impôs-se o significado que lhe dá Ex. 12, 12-27: a “passagem” de Javé ao dar a morte aos primogénitos dos egípcios, “saltando” por cima das casas dos hebreus a quem poupou. No TM “pesah” designa o rito sagrado (49 vezes) ou a própria vítima (31 vezes) ou refere-se simultaneamente ao rito e à vítima (2 vezes). Não se sabe exactamente quando começou e em que consistiria na sua origem,

 antes de estar unida à festa dos Ázimos. Tudo leva a crer que era anterior a Moisés. Seria a festa que os israelitas desejavam celebrar quando tentaram sair do Egipto com os seus rebanhos (Êx. 3, 18; 5, 3; 7, 16). O texto sugere-nos mesmo que se julgavam obrigados a tal celebração (Êx. 8, 21-25). Admite-se geralmente que era comum às tribos semitas e estava ligada à vida nómada e pastoril. Era festa das primícias dos pastores. Ofereciam à divindade os primogénitos do rebanho, talvez com um sentido propiciatório e para afastarem doenças ou malefícios sobre a família ou sobre os rebanhos. (...).»' in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/etimologia-e-significado-de-pascoa/17504 [consultado em 03-04-2021]

 

Nós já consideramos que quando Deus provou Abraão e lhe pediu para oferecer o seu filho Isaque, aludiu ao sacrifício de Jesus, apontando o lugar onde Jesus ia morrer. Agora, vamos localizar-nos em cerca de 500 anos depois de Abraão e cerca de 1500 anos antes de Cristo. Depois de Abraão morrer, os descendentes do seu filho Isaque, agora Israelitas, tinham começado a ser uma grande população. Também, eles tinham ficado escravizados no Egito. Isso aconteceu porque José, o bisneto de Abraão, foi vendido como escravo para o Egito e depois a família dele seguiu-o. Assim, aproximamo-nos dum enredo interessantíssimo que foi recordado por Moisés no livro Êxodo (foi chamado assim porque conta a história como Moisés conduziu os Israelitas para fora do Egito). 

Moisés foi enviado por Deus para confrontar o Faraó do Egito e isso resultou numa luta entre as duas vontades a de Moisés e a do Faraó, tendo resultado em nove pragas contra o Faraó até aquele tempo. Porém o Faraó ainda não concordava em permitir que os Israelitas se fossem embora e por isso Deus ordenara a décima praga devastadora. Toda a história sobre a décima praga está registrada nas escrituras. A décima praga que foi ordenada por Deus, foi que todos os primogênitos morreriam naquela noite excepto aqueles que ficassem em casas onde um cordeiro tivesse sido sacrificado e o seu sangue tivesse sido esfregado nas duas ombreiras e na verga da porta. 

A perca de Faraó, no caso de não obedecer, seria o seu filho e herdeiro que morreria. Também, cada casa no Egito perderia o primogênito caso os seus habitantes não sacrificassem um cordeiro aplicando o sangue do cordeiro a volta da porta. Portanto o povo do Egito estava a enfrentar uma crise nacional. Contudo, nas casas onde um cordeiro tivesse sido sacrificado e o sangue dele tivesse sido aplicado nas ombreiras a promessa era que tudo ia correr bem. 

A morte ia passar por cima daquelas casas. Segundo a Sociedade Bíblica do Brasil, a palavra “Páscoa” (em Hebraico, pesah) é associada com o verbo pasah, que significa “saltar” ou “passar por cima”. Portanto, este dia foi chamado “Páscoa” ou “A Passagem”.





                                             PESQUISA - MAGNO MOREIRA

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