Metodistas
Susanna educou as crianças em casa ensinando-lhes religião e boas maneiras. E todos aprenderam a ficar em silêncio, e a serem obedientes e trabalhadores. Ela separava uma hora por semana para estar a sós com cada um dos filhos, para conversar sobre temas de fé e vida cristã. Mesmo já idosa, seu filho John ainda buscava os conselhos de sua dedicada mãe.
Quando menino, John Wesley estudou na escola Charterhouse, em Londres, e mais tarde, em 1720, foi para a Universidade de Oxford.
Ali ele participou de um grupo (criado por seu irmão Charles), cujos membros fizeram votos para ter uma vida santa, tomar a ceia toda semana, orar diariamente e visitar enfermos e prisioneiros, ensinando-os a ler pagando suas dívidas e buscando emprego pra eles. Os participantes do “clube santo” também estenderam suas atividades e pessoas pobres, distribuindo comida, roupas, remédios, livros e também cuidando de uma escola (quando os irmãos Wesley deixaram o grupo, em 1735, o clube se desfez.) – além disso, dedicavam três horas diárias estudando a Bíblia.
O grupo foi chamado pejorativamente de os “metodistas”, pois eram rígidos e regulares em suas expressões religiosas, no auxílio aos necessitados e por sua ênfase no estudo metódico. Os “metodistas”, eram conhecidos por seus frequentes cultos de comunhão e por jejuarem dois dias por semana.
John Wesley se formou em 1724, no ano seguinte o bispo de Oxford o ordenou diácono e, após três anos ajudando seu pai na igreja Anglicana, foi ordenado sacerdote. Após a morte de seu pai, John Wesley aceitou o convite para pastorear colonos britânicos na Geórgia, EUA, e em 1735 partiu da Inglaterra para o Novo Mundo.
Durante a viagem, o navio enfrentou sérios problemas devido ao tempo ruim, e Wesley temeu por sua vida. Porém, durante a tempestade, ele viu que um grupo de missionários morávios alemães cantavam tranquilamente e isso o intrigou a ponto de ele, no final da viagem, questionar o líder a respeito de sua tranquilidade em meio ao perigo. O homem respondeu com uma pergunta:
“Sua fé está em Cristo?”. Wesley disse que sim, porém refletiu mais tarde que essas poderiam ser palavras vãs.
Essa viagem missionária durou dois anos e não foi como ele esperava. John Wesley servia a sua congregação fielmente, entretanto, sua rígida liderança na igreja trouxe discórdia e hostilidade das pessoas para com ele. Assim, mal-entendidos e perseguições o fizeram deixar a Geórgia e, em dezembro de 1737, ele voltou para a Inglaterra.
Wesley teve sérias dúvidas sobre a sua fé, ele não se sentia satisfeito. Embora buscasse incessantemente ser bom, seguia frustrado, sem alcançar seus objetivos – e depois de conversar com outro missionário morávio, Peter Boehler, concluiu que lhe faltava a fé salvadora. Na noite de 24 de maio de 1738 passou por uma experiência transformadora ao assistir um culto onde faziam a leitura do prefácio de Lutero à epístola aos Romanos. Ali ouviu uma explicação da fé e da doutrina da justificação pela fé; a qual registrou em seu diário:
Já era quase 21 horas. Enquanto ele descrevia a mudança que Deus faz no coração pela fé em Cristo, senti meu coração estranhamente aquecido. Senti que confiava em Cristo, somente em Cristo, para a salvação, e me foi dada uma garantia de que Ele havia tirado meus pecados, até os meus, e me salvara da lei do pecado e da morte.
Em 1739, Wesley aceitou o convite de seu amigo George Whitefield, que precisava de ajuda para pregar ao ar livre aos mineiros próximo a Bristol.
Até aquele momento, Wesley não tinha considerado como opção pregar o evangelho fora dos púlpitos, como Whitefield fazia (algo muito inovador para a época). A aceitação dos mineiros o fez continuar compartilhando as Escrituras em locais públicos, muitas vezes com pessoas pobres que não eram bem recebidas dentro da igreja e até mesmo eram negligenciadas por ela.
John Wesley logo se tornou o novo líder desse movimento de pregação pública. Ele e seu amigo George Whitefield, que era calvinista, discordavam quanto a doutrina da predestinação. Para Wesley, os cristãos poderiam desfrutar de plena santificação nesta vida, amando a Deus e ao próximo, sendo mansos e humildes de coração, abstendo-se do mal e fazendo tudo para a glória de Deus.
As divergências de opinião entre os dois acabou gerando sua separação. Com isso, e sem o apoio e compreensão de ministros anglicanos em relação a sua abordagem, John precisou encontrar pessoas dedicadas que pudessem ajudá-lo, ainda que fossem inexperientes, para que se tornassem pregadores itinerantes e o auxiliassem na administração das suas sociedades metodistas.
Pesquisa - Magno Moreira
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