Judaísmo e cristianismo

 

O Cristianismo tem suas raízes no Judaísmo da época do Segundo Templo, mas as duas religiões divergiram nos primeiros séculos da Era Cristã. O Cristianismo enfatiza a crença correta (ou ortodoxia) na Nova Aliança mediada por Jesus Cristo, conforme registrado no Novo Testamento. O Judaísmo dá ênfase à conduta correta (ou ortopraxia), com foco na Aliança Mosaica (chamada de Antiga Aliança pelos cristãos), conforme registrado na Torá (os cinco primeiros livros da Bíblia Hebraica, chamada de Antigo Testamento pelos cristãos) e no Talmud. 

Matriz das grandes religiões monoteístas da atualidade, o Judaísmo surgiu como uma fé separada sob Moisés, que, segundo a crença, recebeu de Deus os Dez Mandamentos, por volta de 1 250 a.C., no monte Sinai. 

Ele uniu o povo judeu e ajudou Josué, seu sucessor, a conquistar a terra de Canaã, que receberia o novo nome de Israel. Entre 66 e 73 d.C. ocorreu a Grande Revolta Judaica contra o domínio romano, resultando na destruição do Segundo Templo em Jerusalém. E entre 132 e 136, a Revolta de liderada por Bar Kokhba, que resultou na diáspora judaica. A partir desse momento, o judaísmo deixou de ter base territorial, situação que perduraria até a fundação do Estado de Israel em 1948. O propósito do Judaísmo é cumprir o que considera ser a aliança entre Deus e o povo judeu. A Torá (lit. "ensino"), que corresponde aos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, conta a história dessa aliança e fornece seus principais termos, sendo complementada pelo Talmud, que é uma coletânea de comentários de eruditos sobre a Torá. 

 Em 1018 d.C., o estudioso Maimônides (1135-1204) publicou a obra "Mishné Torá", sistematizando a Lei judaica em uma relação de 613 mandamentos, subdivididos em 248 preceitos positivos e 365 preceitos negativos. A Bíblia Hebraica (Tanakh) é composta de três partes: 

 A Torá (Instrução), que equivale ao Pentateuco; O Nevi'im (parte dos Livros Históricos (até reis) + Livros Proféticos); e Os Ketuvim (inclui os livros poéticos e sapienciais e outros escritos, inclusive Daniel. Além da Torá escrita, existe a Torá oral (Torah shebe-'al peh), que foi descrita por Rabi Yehudá HaNasi, por meio da Mishná, e publicada em 189 d.C.[6] Posteriormente, a Mishná viria a integrar o Talmud[7]. Os amoraítas escreveram a Guemará, que complementaria a Mishná e também integraria o Talmud. Esse texto contém um rico acervo de debates sobre as diversas leis rituais, comerciais, familiares e sociais do povo judeu. 

Nessas discussões, através do uso da lógica e de uma série de recursos interpretativos das Escrituras Sagradas, diferentes opiniões rabínicas foram contrapostas até que surgisse o consenso que permitiu compor o corpo das leis judaicas: a Halachá. Por outro lado, os caraítas, uma seita judaica minoritária, rejeita o Talmud. O judaísmo também tem a sua dimensão mística, sendo a Cabala a sua principal expressão, contando com o Zohar, escrito por Shimon bar Yochai, no século II d.C.



                         PESQUISA: MAGNO MOREIRA

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